segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resumo de apresentação: Software Livre

Software Proprietário

Antes de definir o que é Software Livre (SL), faz-se necessário falar sobre o que são Softwares Proprietários.

Em todas as sociedades modernas, independentemente de cultura, a pessoa (física ou jurídica) que produz algo fazendo uso de sua própria criatividade e recursos têm sobre esse algo o que chamamos de direito de propriedade intelectual. Isso é aplicável, por exemplo, aos programas de computador. Com a posse desse direito, essa pessoa tem a liberdade de definir o que é e o que não é permitido quanto ao seu uso.

Softwares proprietários são aqueles produzidos por pessoas e geralmente associados a licenças de uso que restringem os direitos do usuário penas ao direito de uso, quase sempre mediante o pagamento de uma taxa ou mensalidade. Nenhum outro acesso é permitido ao usuário.


Software Livre

A Free Software Foundation é uma organização criada com o intuito de difundir os preceitos e premissas do que podemos chamar de cultura livre.

O que é

Para a FSF, software livre é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem restrições. Essa definição é embasada nas "liberdades para o usuário", também defendidas pela FSF e idealizadas por Richard Stallman. São elas:

  • Liberdade 0: A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito.
  • Liberdade 1: A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades.
  • Liberdade 2: A liberdade de redistribuir, inclusive vender, cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo.
  • Liberdade 3: A liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, de modo que toda a comunidade se beneficie
Softwares livres são portanto aqueles em que o detentor do direito de propriedade intelectual permite aos usuários que seu uso seja tal que as liberdades acima sejam asseguradas ao usuário. É importante frisar que o direito de propriedade não é transferido; ele permanece com o autor do programa, dando-lhe a garantia de poder fazer o que bem entender com sua propriedade.

Podemos associar claramente os softwares livres aos softwares de código aberto, já que para as liberdades 1 e 3 o acesso ao código-fonte do programa é essencial. Entretanto, softwares de código aberto são uma classe mais abrangente que a anterior.

O que não é

Uma confusão geralmente feita pelos usuários é a de que softwares livres são programas gratuitos. Não é requisito ao SL ser gratuito. Apenas o que acontece é que grande parte dos desenvolvedores de SL decidem distribuir seus programas gratuitamente. Entretanto, existem diversos casos de softwares livres pagos, como por exemplo, o sistema operacional Red Hat Enterprise Linux, que é um sistema voltado ao mercado corporativo.

Embora existam softwares livres pagos, muito dificilmente os preços cobrados por estes softwares são tão caros ou mais que as versões proprietárias. Além disso, mesmo sendo cobrado pelo software, as liberdades definidas nunca podem ser infringidas, ou seja, o usuário deve continuar tendo o direito de estudo, mudança e redistribuição do software.

Outra diferenciação que devemos fazer é a entre SL e Softwares de Domínio Público. Estes últimos não possuem um detentor de direitos de propriedade intelectual, sendo a sociedade a "herdeira" de tais direitos. Isso acontece, no caso de obras autorias no Brasil, após 70 anos do falecimento do autor da obra, salvo alguns casos especiais.

Licenças

Softwares livres geralmente são associados com o que chamamos de Licença de Uso e Redistribuição, que são um conjunto de regras, aos moldes de artigos de leis, que regem os direitos dos usuários quanto ao uso e a redistribuição do software ao qual foram associadas, indicando o que pode, o que não pode, o que deve e o que não deve ser feito. Atualmente existem diversas licenças diferentes, cada uma mais ou menos restritiva, mais ou menos exigente que as outras. Alguns exemplos são: GPL, Apache, Mozilla etc.

Usos em educação

Softwares livres são bem utilizáveis com fins educacionais, não importa qual seja a área. Sua filosofia permite que conhecimento seja gerado ao permitir-se que seu funcionamento seja estudado e modificado. Assim, podemos por exemplo moldar um SL às nossas necessidades específicas, ou até mesmo acrescentar funcionalidades necessárias.

Este novo software gerado será passado adiante, gerando novos conhecimentos e adquirindo novas funcionalidades e assim por diante, gerando um ciclo virtuoso de conhecimento e aproveitamento.

Mas não é só por isso que eles são bem indicados para uso em educação. Grandes comunidades de usuários e desenvolvedores existem pelo mundo, se responsabilizando por levar adiante o conhecimento proporcionado por esses softwares, e sempre dispostas a produzir novas soluções para os problemas emergentes. Isso significa que não é muito difícil encontrar um programa já feito que supra suas necessidades de material didático-pedagógico para uma dada disciplina.

Exemplos

Alguns exemplos de softwares livres mais famosos são:


"Nos livros aprendi a fugir ao mal sem o experimentar".
O bem e o mal: romance - Camilo Castelo Branco.

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