Muito besta, mas eu achei hilário, auhaehuaeueaaeuuheauhea!!!
Abraços.
As Tecnologias educacionais na perspectiva do ensino de ciências sociais e humanas
Para o melhor conhecimento das relações de ensino-aprendizagem é necessário o entendimento sobre as formas como as informações são armazenadas e comunicadas às outras pessoas. A priori parece que a representação física da informação não é algo relevante, porém, a forma como a informação é representada afeta de forma significativa a maneira como o conhecimento é comunicado e aprendido pelas pessoas. É neste contexto que surge a noção de artefatos culturais. Estes são definidos como instrumentos que viabilizam a mediação cultural entre as pessoas. No texto, é dito que "...o artefato cultural carrega em si significados que permitem os homens interagirem entre si." . Não creio que esta seja de fato uma definição adequada, pois se melhor observarmos, o que o artefato cultural representa é algo como um padrão, ou protocolo, cujo o significado é atribuído em comum acordo (muitas vezes implícito) entre as pessoas, eles por sí mesmos, a meu ver, não parecem ter significados. Neste sentido, os artefatos culturais fazem essa mediação de conhecimento entre as pessoas.
A partir deste conceito de artefato cultural, é conveniente falar um pouco sobre o significado das tecnologias de representação, no cerne disso tudo estão as concepções sobre tecnologia. Para Granger, a tecnologia vai além de um simples instrumento, ela engloba um conjunto de técnicas e processos que transformam/transformaram a vida do homem desde sua origem. As tecnologias permitem uma superação dos limites físicos, uma extensão do corpo.
Para Lévy, a tecnologia expressa un contínuo processo de concepções ideais e materiais em uma evolução ininterrupta. Assim, compreender a tecnologia atual implica entender as tecnologias pré-existentes. Há uma relação entre as diversas tecnologias que permitem relacioná-las como o resultado do esforço de vários inventores e pesquisadores.
Os instrumentos de tecnologia acarretam transformações cognitivas na mente dos estudantes. Contudo, não podemos esquecer o velho em função do novo. Dessa forma, o desenvolvimento de um software educativo necessita que a equipe de desenvolvimento tenha um amplo embasamento pedagógico. Neste sentido, podemos definir engenharia pedagógica como um conjunto de processos e técnicas que servem para produzir de maneira sistemática e projetada um produto ou ambiente de aprendizagem. As etapas que constituem a engenharia pedagógica são:
1) Análise preliminar: Levantamento e compreensão sobre os conhecimentos envolvidos, concepções pedagógicas e estruturas midiáticas.
2) Designer : A partir dos conhecimentos obtidos na etapa anterior, é definido um projeto pedagógico que constitui uma solução para os problemas identificados.
3) Construção do material : Implementação da solução elaborada na etapa anterior.
4) Validação : São feitos testes de usabilidade, análise ergnômica e etc. para analisar como as soluções projetadas estão funcionando na prática.
5) Difusão : Distribuição do recurso tecnológico
6) Gestão do produto : Trata da administração, reparação e manutenção do recurso.
Convém comentar o relacionamento entre as engenharias Pedagógica e Didática. A engenharia Didática possui três características importantes, cada uma destas derivada da forma como esta engenharia é aplicada. Como metodologia, a engenharia Didática permite a organização/criação das sessões didáticas. Enquanto ferramenta de pesquisa, ela pode ser usada pelo pesquisador em educação para compreender algum fenômeno que envolva questões cognitvas relativas a um processo de aprendizagem em um assunto específico. Uma outra possível aplicação da engenharia didática é no desenvolvimento de materiais didáticos, e neste ponto, ela é equivalente a engenharia pedagógica. Em qualquer um dos casos existe um objetivo comum que é o desenvolvimento e organização de sessões didáticas.
A engenharia didática faz parte da Escola Francesa de Dadática Matemática. Faz-se necessário comentar aqui alguns dos conceitos centrais desta escola.
1) Situações didáticas: trata-se do conjunto de realações que são estabelecidas entre o professor, aluno e um determinado saber. Neste sentido podemos considerar como fazendo parte da situação didática também os recursos tecnológicos utilizados para o ensino.
2) Situações a-didáticas: são aspectos dos fenômenos de aprendizagem em que não há uma intencionalidade pedagógica direta, nem controle por parte do professor. Vale ressaltar que tais situações podem interferir no andamento das situações didáticas.
3) Contrato didático: É o conjunto de expectativas e comportamentos , direitos e deveres que regem o convívio entre professores e alunos. Este contrato pode ser estabelecido de forma explícita ou não.
4) Transposicão didática: Trata-se do processo de transformação adaptativa que toma um conteúdo do conhecimento e a partir deste gera um objeto de ensino.
Fica clara a relação entre as engenharias didática e pedagógica quando observamos as etapas envolvidas para a elaboração de materiais para o ensino, em particular para o ensino assistido por computador. Tais etapas são:
1) Análise preliminar: constitui a análise geral dos aspectos envolvidos no ensino do conteúdo. Aspectos espistemológicos, sócio-culturais, psicológicos e didáticas são devem ser estudados com profundidade nesta fase.
2) Análise a priori: Levado em conta os dados obtidos na análise preliminar, são desenvolvidos os materiais de apoio e são pensadas as atividades.
3) Experimentação: É a etapa em que ocorre a aplicação das sequencias didáticas, é o momento de realização do curso e onde as hipóteses didáticas são validadas ou não.
4) Análise a posteriori: Etapa em que são comparados as sequências didáticas construídas e os resultados da experimentação. É a confrontação do real com relação ao ideal.